La Relación más valiosa

Oración para Glorificar a Srila Bhagavata Bhusana Guru

Vandaru-jana-mandara- krishna karnamrta priyam
Dayardra-hrdayam-gadha radha-tattva-nivedakam
Gaura-prema-pradipena loka-kalyana karakam
Srila sridhara-devasya sisyavaryam gunojjvalam
Vandamahe gurum bhaktya sri bhagavata bhusanam



Ofrezco mis profundas reverencias a mi amoroso maestro espiritual, Paramahamsa Thakura Srila Badrinarayana Bhagavata Bhusana Guru, quien es el mejor y más prominente discípulo de su maestro espiritual, Paramahamsa Thakura Srila Sridhara Deva Gosvami Maharaja.
El está brillantemente adornado con todas las divinas cualidades de su maestro espiritual.
Srila Bhagavata Bhusana Guru, nuestro Divino Maestro, siempre está rodeado po sus muy queridos e íntimos discípulos, quienes le glorifican constantemente.
El es como un árbol que complace todos los deseos con los más asombrosos pasatiempos de Radha-Krishna, los cuales son vivificante néctar para los oídos.
El es muy compasivo con las almas caídas y perdidas de este mundo, y su corazón está profundamente iluminado con el divino servicio a la bella Sri Radha, el cual distribuye magnánimamente al mundo entero.
El está lleno de amor por Gaura, Sri Caitanya Mahaprabhu, la luz divina a través de la cual trabaja desinteresadamente para el más elevado beneficio de la humanidad.
Vandamahe gurum bhaktya sri bhagavata bhusanam


Saturday, September 19, 2009

Vazio - Texto escrito por um leitor e que Srila Gurudeva gostou muito.



VAZIO

Como pode alguém se queixar de sentir um vazio? Por que se atribui essa palavra à essa sensação. Melhor seria dizer, ‘sinto-me cheio’. Não é a falta de opções que nos traz o vazio. É o volume enorme delas e a ausência de atração por alguma delas especificamente que nos faz sentir-nos vazios.

O vazio é como a poluição sonora ou visual. Você ouve tantos sons, você vê tantas imagens, que não é capaz de se focar em alguma, tão desnorteado se sente, tão incapaz de reconhecer a individualidade de cada objeto.

O vazio interno é semelhante ao externo. Numa danceteria, cheia de luzes, cores, pessoas, músicas e barulhos, pode-se sentir se desenvolver essa sensação. Não é à toa que muitas pessoas não suportam esse tipo de local.

O vazio interno é uma barulheira enorme dentro da mente. No entanto, diferentemente da danceteria, não se pode apenas retirar-se do local. Há que se conseguir lá dentro, um cantinho silencioso, no qual não haja chances de dispersão.

É realmente incorreto o uso da palavra ‘vazio’, quando na verdade se quer expressar desinteresse. E as pessoas, tentando ajudar, como se de fato o individuo estivesse carente de opções, começam a sugerir: ‘por que você não faz aula de pintura?’, ‘por que você não pratica algum esporte’, e coisas assim.

O indivíduo já está estressado de tanto estudar as possibilidades, já até passou por sua mente aquelas idéias que as pessoas lhe estão sugerindo; e se sente ainda mais pressionado, pois ainda não encontrou um interesse e é obrigado a fazer escolhas.

Estou desinteressado. Tudo parece vazio, todo esse volume de coisas ao meu redor parece não ter valor. Isto sim é a expressão mais apropriada da sensação daquele que se encontra no vazio.

Engajar-se em atividades mesmo sem a devida atração parece hipocrisia e traição. Hipocrisia, pois é um movimento falso. Traição, pois não estamos com nossa alma ali.

Ainda assim, parece ser esse o processo de saída do ‘vazio’, da mesma forma que um carro sem bateria, pega no tranco. Ele se põe a andar e ao se pôr a andar, anda. Talvez por isso nos centros de tratamento mental sugiram-se terapias ocupacionais. Faça. Simplesmente faça. Assim você vai se aquietar.

Então o desinteressado, pincela com aquarela, molda argila e pensa: ‘como isso poderá fazer com que eu progrida na vida!’ Ou talvez, um terapeuta bem paternalista diga: ‘muito bem, olha que bonito está ficando’.

Crianças enjoadas, mimadas, mal educadas, esses são os que sofrem do vazio.

E de onde vem o contentamento daqueles que nunca sentiram o vazio? Não sei, talvez da mediocridade. Talvez de uma humilde satisfação com a variedade, que não lhes causa dúvidas na escolha. Qualquer coisa serve, tudo tem o seu valor.

O vazio pode apresentar-se numa fase da vida, ou mais de uma vez, ou até mesmo acompanhar um individuo por toda a sua existência, com breves intervalos nos quais a ilusão parece trazer algum significado para uma escolha feita.

Não pode entender de vazio aquele que nunca passou pelo vazio. É uma compreensão que exige uma experiência pessoal. Pode-se fazer uma idéia, assim como um homem imagine o que seja para a mulher um parto. Mas ele não sentiu as contrações, ele não vivenciou a experiência, viu de fora.

É assim que aqueles que são vítimas do vazio percebem os outros. Vocês estão me vendo de fora, vocês não experimentaram essa dor e ficam me dizendo pra respirar, empurrar, enfim, fazer coisas que obviamente já passaram pela minha cabeça.

Até mesmo se houvesse uma preferência, uma atração, aquele que sente o vazio levaria em consideração o esforço e o tempo necessário para obter aquilo que deseja, o que o desestimularia a fazer esforços rumo à conquista de algo que no final das contas, nem o apaixona tanto.

O vazio pregado na meditação, o vazio dos budistas e dos yogues, este sim é invejável e autêntico. Silêncio. Paz. Acabou a barulheira. Não há esforços. Só se ouve a doce voz do coração. A solidão acaba e começa a união com o cosmos, como o Todo, com a vida.

Ah, como eu gostaria de sentir esse vazio...
"Maria Callas Da Fonseca"