Galeria dos famosos
Nina Haggen
Nina Hagen cantando Om Namah Shivaya
Eram os primeiros anos da anistia política, da constituinte e da campanha das eleições diretas para presidente. Existia certa eletricidade nas nuvens que, de alguma forma, era traduzida pela tanguinha de crochê usada pelo repatriado político Fernando Gabeira nas praias cariocas e pelo moicano verde e azul de Nina Hagen na TV.E então veio o primeiro Rock in Rio. Nina arrebentou no palco e também com o coração de roqueiro de Supla, depois sumiu. Bateu asas e voou. A arara voltou ao ninho. E assim o Brasil descobriu que os punks também amavam e, afinal, a liberdade raiou no horizonte. Fim?Mas para onde foi Nina? Nos anos 90, voltou à sua Berlim natal e viveu por anos em Paris. E agora, aos 53 anos, onde está? "Vivo com meu filho Otis numa casa pertinho da praia em Topanga Canyons, Los Angeles. Mas também vivo --não tanto quanto gostaria-- em minha "ashram" (local de retiro) em Herakhan, na Índia, onde construo uma casa movida a energia solar", diz ela à Serafina.As vinculações místico-espirituais de Nina Hagen existem desde o início de sua carreira: considerada a "mãe do punk rock", ela sempre atribuiu características divinas à maternidade. "Fico extasiada em ser mãe. Meus filhos são Cosma Shiva, que tem 27 anos, e Otis, 18. Cosma é uma atriz muito, muito, muito boa e popular na Alemanha. Otis vai bem na escola e tem ótimo gosto para música e artes... Ambos são pessoas maravilhosas. Eu os amo demais e sinto muito orgulho deles."Adepta de sincretismos religiosos que deixariam ruborizada qualquer Baby Consuelo, Nina mistura crenças cristãs com hinduístas e acredita ter ido ao inferno: "Não acho que minha religião seja peculiar. Eu morri em minha primeira viagem de LSD e percebi que não existe nada além da dor e do sofrimento. Tomei então minha decisão espiritual e me rendi a Deus.Desde aquele dia --em Berlim Ocidental, quando tinha 17 anos-- sei que Deus nos ama mais do que jamais saberemos. Deus é Deus, independentemente de como cada um de nós o chama. Deus é 'menschlichkeit'", diz Nina, em seu "deutschenglish" selvagem. "Menschlichkeit" quer dizer humanidade em alemão.